Chegamos na quaresma, “sinal da nossa conversão”.A cor roxa e a moderação se evidenciam nos ambiente celebrativos, os cantos penitenciais antigos e novos ecoam em nossos corações, os texto bíblico próprio, a penitência, o jejum, a oração e a solidariedade são assumindo por todos. A campanha da Fraternidade nos faz olhar para o mundo á nossa volta.
Quero destacar, neste pequeno texto, os evangelhos de cada domingo, do ano B, que oferecem verdadeiro itinerário de aprofundamento da fé e do nosso compromisso no seguimento de Jesus a serviço do seu Reino.
No primeiro domingo (Mc 1,12-15), conduzidos pelo Espírito vamos com Jesus ao deserto, tomamos consciência das lutas e provações que fazem parte do nosso caminho como Igreja e aprendemos com Ele a conviver com as feras e os anjos. Ele próprio, vencendo o diabo (o que divide) é o sinal da nossa vitória contra “o fermento da maldade”. (cf. Prefácio do 1° Domingo da Quaresma).
No segundo domingo, ouvimos o relato da Transfiguração (Mc 9,2-10).Contemplamos antecipadamente o Mistério da Ressurreição, que resplandece na luz do transfigurado. “Tendo predito aos discípulos a própria morte, Jesus lhes mostra, na montanha sagrada, todo o seu esplendor. E com o testemunho da Lei e dos Profetas, simbolizados em Moisés e Elias, nos ensina que, pela Paixão e Cruz, chegará à glória da ressurreição” (Prefácio 2° Domingo da Quaresma).
No terceiro domingo, acolhemos a Boa Nova no episódio em que Jesus expulsa do templo os vendilhões e anuncia a construção de um templo (Jo 2,13-25). A quaresma tem nos ajudado na edificação do templo espiritual que somos nós? Somos o novo templo, mas precisamos purificar-nos continuamente de tudo aquilo que não nos deixa oferecer sacrifícios agradáveis ao Senhor.
O 4°Domingo é chamado “o domingo da Alegria” (Jo 3,14-21). Com Nicodemos, aprendemos de Cristo que só se salva quem tem a coragem de dar a sua vida. A Palavra proclamada lembra os males da infidelidade e mostra que seguir os caminhos do Senhor traz paz, segurança e salvação. Vale sempre lembrar que o ponto de partida para a compreensão da Quaresma deve ser o Mistério Pascal. A Quaresma não tem um fim em si mesma, mas aponta para horizonte da Páscoa.
No 5° Domingo lembramos que o caminho do/ a discípulo/ a de Jesus passa pela cruz (Jo 12,20-33).A penitência destes 40 dias retoma esta dimensão do discipilado. O colocar-se por inteiro a serviço do reino como Jesus, implica necessariamente na entrega da vida, na capacidade de suportar sofrimento e de relevar contratempos. A própria experiência de passar pelo vale da morte, tem em si uma força transformadora, à medida que nos liberta de toda ilusão e pretensão para “a verdadeira liberdade para a qual Cristo nos libertou”.
Portanto, esse caminho quaresmal , é um tempo favorável uma oportunidade especial de oferecimento pascal de nossa vidas, e de deixar santificar pelo Espírito que faz novas todas as coisas. A Igreja, Povo de Deus, é convocada a viver esta experiência pascal, a deixar-se purificar e santificar pelo seu Senhor. “Eis o dia da salvação! Ao Pai voltemos! Juntos andemos.
Um bom itinerário quaresmal a todos.
Pr. Kleber Rodrigues da Silva
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